quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O que acontece quando um ignorante resolve escrever


O texto abaixo pertence a Gregório Vivanco Lopes, advogado cuja ignorância gera distorções analíticas bizarras. Com todo respeito, senhor Gregório, volte aos livros.

O título do "artigo" é: Analise retrospectiva das manifestações de junho".

As manifestações de protesto ocorridas no Brasil em junho último encheram as ruas de numerosas cidades, prolongando-se ao longo do mês e adentrando julho.
    Iniciadas após um moderado aumento das passagens de ônibus, metrôs e trens suburbanos, as primeiras manifestações foram convocadas para pedir o cancelamento desse aumento. Elas eram lideradas pelo Movimento Passe Livre (MPL), praticamente desconhecido da massa dos brasileiros, mas profundamente revolucionário, no pior sentido do termo. Gerado nas obscuras entranhas do Fórum Social de Porto Alegre em 2005, o MPL é um movimento anárquico cujo objetivo é a implantação de uma sociedade autogestionária e ecológica que vá além do comunismo.
     Alguns grupos de militantes – qualificados por uns como infiltrados e por outros como fazendo parte dos planos iniciais para criar baderna, tornando os protestos mais incisivos – promoveram saques, destruições, roubos e vandalismos de todo gênero.
     A surpresa veio quando o movimento de protesto tomou características insuspeitadas. Primeiramente quanto ao número de participantes, acima de toda expectativa, e sua perseverança dias a fio; depois, quanto ao tipo de manifestantes, provenientes em grande número da classe média; por fim, quanto à pluralidade das reivindicações, muitas delas de caráter antes conservador que “progressista”.
     Na elaboração da miragem segundo a qual as manifestações visariam sobretudo ações em favor da esquerda, a presidente Dilma passou a receber militantes dos movimentos impropriamente chamados “sociais” (muitos deles, na verdade, anti-sociais), como se tais agremiações representassem a multidão que saiu às ruas!
     Os manifestantes de junho, jovens em sua maioria, um bom número de católicos, não se sentiam representados por nenhum partido político, sindicato de classe ou ONG de qualquer espécie. Muito menos pela imprensa ou pela CNBB.
     É interessante notar que esse divórcio entre a população brasileira que saiu às ruas e os políticos foi previsto já em 1987 pelo renomado líder católico de feliz memória, Plinio Corrêa de Oliveira, ao analisar os rumos que então vinha tomando o Brasil: “O divórcio entre o País legal e o País real será inevitável. Criar-se-á então uma daquelas situações históricas dramáticas, nas quais a massa da Nação sai de dentro do Estado, e o Estado vive (se é que para ele isto é viver) vazio de conteúdo autenticamente nacional” (ver revista Catolicismo, agosto/2013).
     Se quisermos apontar um denominador comum para o que ocorreu nesses ainda recentes dias, poderíamos dizer que foi a manifestação de um grande, de um imenso Descontentamento em relação aos últimos governos, que estão conduzindo o Brasil para um tipo de esquerdismo chavista que desagrada profundamente à população. Daí o divórcio entre o país real e o país legal.

(*) Gregório Vivanco Lopes é advogado e colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)





sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Crimes sem resposta - publicado na edição de hoje do jornal Ponto Final

Ricardo Ferreira Gama 
Os sucessivos casos envolvendo a força policial militar, passando pelo escabroso – e suposto – caso no qual uma criança de 13 anos assassina quatro pessoas da própria família de maneira premeditada e meticulosa, levanta uma questão: a polícia é competente – e responsável – o suficiente para deter tamanho poder? Os agentes da PM têm aporte psicológico e estrutural para representar, em suas figuras, o poderio do Estado e aplicar suas leis?

Cada vez mais a realidade tem apontado que não, e os abusos têm se ampliado em ascensão astronômica.

O caso da família morta, cuja manchete não poderia ser mais eficiente na mídia (Menino de 13 anos matou os pais e foi à escola), é só a bola da vez. Já aparecem relatos de uma suposta ação da mãe policial contra colegas corruptos, ladrões de caixas eletrônicos. Neste caso, é esperar para ver.

Mas como dito, isso é só a bola da vez, o crime do momento.

O relato a seguir foi encaminhado ao Ponto Final pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em nota pela qual se posicionam em relação aos fatos seguintes. Cabe ao leitor tirar as próprias conclusões.

“Na quarta-feira, 31 de julho, Ricardo Ferreira Gama após responder a uma ofensa feita a ele por policiais, foi agredido pelos mesmos, na Rua Silva Jardim, Baixada Santista. Ricardo foi detido e levado. Questionados, os agentes da polícia disseram aos colegas do ‘infrator’ que o levariam ao 1° DP da cidade. Os amigos seguiram, então, para ao local.

“Lá chegando, o grupo formado por estudantes da Unifesp foi informado de que Ricardo fora levado ao 4º DP. E no 4º DP, que ele estaria na Santa Casa. Um labirinto de informações desencontradas se formava.

“Saídos da Santa Casa, onde realmente estavam os policias e Ricardo – soube-se depois –, os alunos foram avisados pelos próprios policias ‘agressores’ de que o rapaz tinha sido liberado. Tudo estava resolvido e Ricardo não teria feito Boletim de Ocorrência (B.O.), pois ‘admitiu’ não ter sido agredido.

“Um dos estudantes, na ocasião, quis ele próprio abrir um B.O. Foi prontamente intimado pelos policiais. Assustados, os estudantes foram embora.

“Chegando à Unifesp, local onde Ricardo trabalhava como funcionário terceirizado, os estudantes o encontram preocupado. Ele declara ter sido procurado em sua casa pelos policiais, que lhe disseram que se os estudantes não parassem de ir à delegacia, eles ‘resolveriam de outro jeito’.

“Um dia após o ocorrido, à noite, viaturas com homens não fardados rondavam a universidade. Pessoas também chegaram a ir pessoalmente pedir a funcionários vídeos que estudantes teriam feito da agressão, declarando que a falta de colaboração ‘seria pior’.


“Na madrugada de quinta para sexta-feira (2), quatro homens encapuzados deflagraram oito tiros em Ricardo, defronte à sua casa. O funcionário não resistiu aos ferimentos”.