O texto abaixo pertence a Gregório Vivanco Lopes, advogado cuja ignorância gera distorções analíticas bizarras. Com todo respeito, senhor Gregório, volte aos livros.
O título do "artigo" é: Analise retrospectiva das manifestações de junho".
As
manifestações de protesto ocorridas no Brasil em junho último encheram as ruas
de numerosas cidades, prolongando-se ao longo do mês e adentrando julho.
Iniciadas após um moderado aumento das passagens de ônibus, metrôs e
trens suburbanos, as primeiras manifestações foram convocadas para pedir o
cancelamento desse aumento. Elas eram lideradas pelo Movimento Passe Livre
(MPL), praticamente desconhecido da massa dos brasileiros, mas profundamente
revolucionário, no pior sentido do termo. Gerado nas obscuras entranhas do Fórum
Social de Porto Alegre em 2005, o MPL é um movimento anárquico cujo
objetivo é a implantação de uma sociedade autogestionária e ecológica que vá
além do comunismo.
Alguns grupos de militantes – qualificados por uns como infiltrados e por
outros como fazendo parte dos planos iniciais para criar baderna, tornando os
protestos mais incisivos – promoveram saques, destruições, roubos e vandalismos
de todo gênero.
A surpresa veio quando o movimento de protesto tomou
características insuspeitadas. Primeiramente quanto ao número de participantes,
acima de toda expectativa, e sua perseverança dias a fio; depois, quanto ao
tipo de manifestantes, provenientes em grande número da classe média; por fim,
quanto à pluralidade das reivindicações, muitas delas de caráter antes
conservador que “progressista”.
Na elaboração da miragem segundo a
qual as manifestações visariam sobretudo ações em favor da esquerda, a
presidente Dilma passou a receber militantes dos movimentos impropriamente
chamados “sociais” (muitos deles, na verdade, anti-sociais), como se tais
agremiações representassem a multidão que saiu às ruas!
Os manifestantes de junho, jovens
em sua maioria, um bom número de católicos, não se sentiam representados por
nenhum partido político, sindicato de classe ou ONG de qualquer espécie. Muito
menos pela imprensa ou pela CNBB.
É interessante notar que esse
divórcio entre a população brasileira que saiu às ruas e os políticos foi
previsto já em 1987 pelo renomado líder católico de feliz memória, Plinio
Corrêa de Oliveira, ao analisar os rumos que então vinha tomando o Brasil: “O
divórcio entre o País legal e o País real será inevitável. Criar-se-á então uma
daquelas situações históricas dramáticas, nas quais a massa da Nação sai de
dentro do Estado, e o Estado vive (se é que para ele isto é viver) vazio de
conteúdo autenticamente nacional” (ver revista Catolicismo, agosto/2013).
Se quisermos apontar um
denominador comum para o que ocorreu nesses ainda recentes dias, poderíamos
dizer que foi a manifestação de um grande, de um imenso Descontentamento em
relação aos últimos governos, que estão conduzindo o Brasil para um tipo de
esquerdismo chavista que desagrada profundamente à população. Daí o divórcio
entre o país real e o país legal.
(*) Gregório Vivanco Lopes é advogado e
colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)