quinta-feira, 22 de maio de 2014

Tucanos com as penas arrepiadas


Desperta agitação nos bastidores e inquietação no Palácio dos Bandeirantes pesquisa contratada pelo eterno, e hoje raquítico, apêndice do PSDB, o partido DEM (Democratas), e realizada por empresa da capital. Os dados apurados deixaram arrepiados os poucos cabelos do atual governador e pré-candidatíssimo a continuar no posto, Geraldo Alckmin. A queda de intenção de votos dos paulistas no tucano foi acentuada e parece ser persistente. Os dados levantados entre os dias 9 e 14 de maio apontam “apenas” 30% para Alckmin. Bom lembrar que no último Datafolha divulgado o tucano tinha 43%. Portanto, perdeu quase um quarto de uma pesquisa para outra.
Quem roubou eventuais eleitores de Alckmin foi o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Ele está caindo nas graças dos paulistas, particularmente do interior. O peemedebista conta hoje com a simpatia de 20% daqueles que declaram a preferência por um dos candidatos apontados na pesquisa.
Padilha, do PT, cresce, mas pouco, e tem 10% das preferências.
O pior dos mundos se desenha para os tucanos: perdem a fidelidade da classe média paulista, que começa a se identificar com Skaf e suas posições.
Regionais
Raimundo Salles, secretário no governo andreense, trabalha para que seu candidato a deputado federal, o atual deputado Alex Manente, tenha 15 mil votos em Santo André.
Salles, do PDT, secretário de prefeito do PT, é cabo eleitoral de deputado do PPS. Interesses acima de fidelidade é isso.
O magérrimo PRP (Partido Republicano Progressista) de Santo André está se esfacelando, mesmo tendo um vereador e a vice-prefeita como filiados. Atribuem a isso o assédio de outros partidos aos seus membros mais orgânicos. 

terça-feira, 20 de maio de 2014

O Poder paga pela mentira, custe o que custar

O quadro Proteste Já, transmitido e produzido pelo programa Custe o Que Custar (CQC), da Rede Bandeirantes, expôs na última segunda-feira (19) uma realidade gritante do jornalismo regional: o implícito controle da administração pública sobre os veículos de comunicação. Na reportagem, o jornalista Oscar Filho vai até o município de Lagoa Santa, em Minas Gerais, tirar satisfação sobre uma suposta nota oficial da emissora, emitida ao periódico Jornal Diferente, na qual limpa a barra do prefeito Fernando Pereira (PSB) e do secretário de Planejamento Urbano, Marco Aurélio Pereira, acusados, também pelo Proteste Já, respectivamente de ter dois salários na Prefeitura e de ligação com empresário vencedor de uma licitação milionária na cidade.

O jornal, após a exibição da matéria, apresenta aos leitores uma série de informações, segundo o CQC, inventadas. Insinua, nas linhas assinadas por Elvis Pereira, jornalista responsável pela reportagem, que o quadro faz parte de uma articulação política e, ainda, levanta questionamentos quanto à apuração e transmissão dos dados colhidos. Em outras palavras, o Jornal Diferente afirma que o CQC puxou sardinha para os denunciantes e não ouviu a população, e que tudo não passa de uma picuinha de ex-aliados do prefeito, que resolveram perseguir o antigo chefe.

A cena transcorre com uma patética perseguição de Oscar a Elvis, que termina numa delegacia de polícia. Os donos do jornal põem a culpa no jornalista, o jornalista não sabe o que dizer – entre um argumento falho e outro, simplesmente empreende a modalidade Forrest Gump, ou seja, corre.

O Cafife noticiou, em seu último post (http://cafife.blogspot.com.br/2014/05/bonome-compra-o-diario-do-grande-abc.html), a compra de uma parcela significativa do jornal Diário do Grande ABC pelo candidato a deputado estadual, Nilson Bonome. A matéria do CQC revela que os medos elencados pelo Cafife têm embasamento.

O controle da mídia regional por parte de políticos e empresários está fundamentado em uma questão simples: sem eles o jornal pequeno não tem grana para existir. A partir disto, assistimos à ascensão do jornalismo pastel, cuja base é o interesse dos que anunciam – e o anúncio é a única fonte de renda dos jornais, atualmente.

De tempo em vez, para bonificar o anunciante, algum jabacule é publicado, e os jornais são vistos repletos de matérias estúpidas que ostentam políticos, empreendimentos e empresários (não se engane! Tudo isso é pago, e BEM pago!)

Lógico, isso também ocorre na grande mídia, mas o método regional é mais tosco e evidente. Os rabos presos nas províncias são bem mais curtos que no âmbito nacional. Pode ser – não podemos excluir qualquer possibilidade – que a Band também tenha seus interesses na denúncia em questão. Mas o contundente a ser entendido é que, aos leitores, expectadores e pessoas em geral, cabe hoje uma apuração dos fatos que devia ser exercida pelo jornalismo (ou seja, estamos fodidos!).


Mais uma vez, é patente que a seriedade se esvai com o abrir das carteiras, essas sim imparciais.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Bonome compra o Diário do Grande ABC

O pré-candidato a deputado estadual pelo PMDB, Nilson Bonome, adquiriu uma porcentagem significativa do jornal Diário do Grande ABC. A informação é de fonte que atua diretamente com o diretor-presidente do Diário – e um dos magnatas dos transportes na região –, Ronam Maria Pinto.

Bonome já era figura comum nos corredores do Diário. Após não conseguir vaga como chefe do Executivo andreense, sendo derrotado por Grana – o qual, inclusive, não apoiou no segundo turno, optando por Aidan – o político passou a circular no periódico sob o argumento de que, ali, instalara um escritório.

Estranho, não?

Se assumirmos que um ponto sem nó foi dado, podemos concluir que a proximidade com Ronan o levou à citada aquisição. Mas muito raramente fios desamarrados fazem parte do métier da política.

Pensando no lado eleitoreiro da coisa, ter o controle – ainda que parcial – do mais aclamado jornal da região é um negócio da china. E neste processo a decadência completa de tudo que o jornalismo representa – ou deveria representar – é inevitável. Infelizmente, hoje é comum que administradores de empresa controlem os jornais, e, inclusive, suas linhas editoriais – que, claro, se tornam condizentes com seus interesses econômicos. Normal: tudo é um produto no mundo moderno, principalmente a informação.

E se o asco do Diário em relação às administrações que não anunciam em suas páginas já é acentuado, a inclusão de um candidato em seu quadro de chefia provavelmente fará com que isso se torne a pedra fundamental do jornalismo praticado pela publicação.

Oremos, caros jornalistas! Peçamos ao santo protetor das redações - no meu caso é Hunter S. Thompson - que ilumine a mente dos leitores, pois dias pesarosos virão, e isso não estará escrito no gibi (que convenhamos, anda muito mais confiável que a maioria dos jornais!).


Procurado para comentar o caso, Bonome não retornou as ligações realizadas pelo Cafife.