quarta-feira, 27 de março de 2013

O Verme


Primeiro de tudo, devo dizer que a informática assassina a literatura, pois o tempo de inicialização do Windows broxa qualquer criatividade....
Mas este é um texto sobre a noite. A noite é pouco vista. É pouco entendida... olhos astutos logo percebem uma determinação doentia na vida baseada em álcool, amendoim e azeitonas: elas guardam relação com problemas maiores e mais  horrendos....
Existem dois tipos de bêbados no mundo.  1° Os que, inciantes, percebem de pronto a própria carência e, logo, jogam a quarta cerveja no bueiro, o amendoim no bolso, e partem para suas camas relativamente quentes e claramente vazias. 2° os que não desistem, e bebem a quarta, a quinta, a sexta, o uísque e a vodka... dormem na rua... acordam, e recomeçam, sem esperança, pois já não há cama, composta ou vazia, para ocupar, já não há lugar... Uma punheta na sarjeta! Um vômito sobre o esperma e eles sentem-se, finalmente, como os vermes parasitas que acreditam ser...
De repente alguém os olha... E, novamente, estão grávidos... Gestam na mente a maldita ideia redentora das dores irremediáveis, somente para perceber que, irremediável, é a verdade. A verdade de que, por mais amendoim e azeitona que se coma. Por mais álcool que se ingira, a única e perpétua realidade é a de que a ideia e o algo são antagônicos. 
Heis um verme, alimentado por grãos e frutos. Um morto, que goza sozinho, pois, a dois, seria uma divisão de nada.

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