quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A vida é boa quando se goza com gozação

A trilha sonora jazzística ainda reverberava na mente dele e a imagem da garota surtia-lhe um efeito anestesiante. Entre ascendentes e luas, ouviu dizer que sua cobiça era fundamentada na vontade pura e simples – os astros lhe diziam que qualquer paixão o divertia, mas não podia ser, não com ela... Entre mãos e bocas o filme terminava, e os risos soltos prometiam perenidade. “Já disse que você me faz sorrir?”, ele ouve sussurrado em seu cangote. Seu coração dispara e numa bitoca ele toma-lhe o pulso buscando empate – ambos acelerados.

Blue moon / You knew just what I was there for / You heard me saying a prayer for / Someone I realy could care for...

Havia então uma vida de promessas casuais, muitas sem espaço ou tempo, sondagens inocentes e aproximativas... Um sofá, uma TV, um jantar e cumplicidades identificadas.  

Algumas lições aprendidas: francesas jovens podem levar Cate Blanchett à loucura (e o Xanax também). Mais vale um homem que arranca o telefone da parede num acesso de raiva a um que em espasmos românticos lhe esconde a esposa. A felicidade pode estar num pedaço de pizza repartido (o qual jocosamente se disputa) e a amargura numa pretensão inatingível. “Eu mesma fiz isso comigo!”, constata a protagonista no decorrer de uma DR mais que merecida. Fica a preleção woodiana: A vida é boa quando se goza com gozação...

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