Jornalista aguarda, esfomeado, início da reunião |
Regra número um para atrair jornalistas: seja alguém que os
chefes dos jornalistas gostariam de ser. Número dois, comida – bebida é melhor,
mas o álcool quebra o decoro da maior parte dos seres “dignos” de reportagem...
Um conjunto dos dois levou uma série de profissionais da
imprensa ao gabinete do presidente da Câmara dos Vereadores de Santo André,
Donizete Pereira, na última quinta-feira (12). O objetivo do parlamentar: apresentar
o levantamento das ações da Casa – algo tão chato, que provavelmente não teria
atraído ninguém caso o encontro não fosse tratado como “Café da Tarde” (e isso
mesmo com o político em questão tendo dependurado em seu órgão genitor dezenas
de editores).
O resultado prestado pela assessoria aponta que 49.171
pessoas compareceram às reuniões do Legislativo no segundo semestre de 2013.
Segundo Pereira, isso se deve as ações de marketing da Câmara, que agora tem
Facebook, Twiter, Instagran, conta no Lulu e o caralho... É tão internética a
Câmara, que rivaliza com grande parte das adolescentes de 15 anos, ávidas em
fotografar-se no espelho – os parlamentares, porém, tentam olhar o mínimo possível o próprio reflexo, para evitar constrangimentos psíquicos.
Os números não param – e como gostam de números essas
pessoas; no fim, porém, a Câmara parece uma grande calculadora e a cidade uma
grande fossa. Os vereadores criaram e votaram 40 matérias. De julho a dezembro,
passaram pelo Legislativo 3.192 proposituras – e nenhum dos jornalistas aguentando
mais ouvir tanta besteira na sala, só pensando em atacar os lanchinhos vindos
da Padaria Brasileira.
Não vou encher os leitores com esse bando de dados. Por fim,
só os resultados importam e esse pessoal da Prefeitura tem que trabalhar mais e
aparecer menos. Volta e meia aparece um release na redação do jornal sobre a
limpeza dos bueiros, os buracos tampados, a coleta de lixo, como se fossem
notícia. Ora, meus caros, parem de buscar publicidade. Essas merdas são nada
mais que a obrigação de vocês. Ótimo as pessoas saberem das ações do governo,
mas essas são tratadas como glórias conquistadas, não direitos inatos. E
mais...
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