sexta-feira, 21 de junho de 2013

Deus irá salvar os protestos, em breve

A ocorrência de eventos que, por acaso, se dão ao mesmo tempo e que parecem ter alguma conexão entre si é a definição dada pelo dicionário para a palavra “coincidência”. Parece-me, entretanto, que tal “fenômeno” aplica-se muito raramente à política e, declaro, não é o caso nas diversas determinações dos atos reivindicatórios que têm ocorrido no país.

“Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem”, afirma o editorial do jornal O Globo, datado de 2 de abril de 1964, cujo conteúdo celebra o Golpe Militar brasileiro.

Adiante no texto, encontramos novas similaridades ao atual discurso: “Este não foi um movimento partidário [...] A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém”.

Há pouco, integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) anunciaram em entrevista à Rádio CBN que “O MPL não vai convocar novas manifestações. Houve uma hostilidade com relação a outros partidos por parte de manifestantes, e esses outros partidos estavam desde o início compondo a luta contra o aumento e pela revogação (da tarifa)", afirmou Douglas Beloni, do MPL. O MPL é o principal responsável pelos atos no Estado de São Paulo e, inicialmente, jamais havia tratado os partidos políticos como "outros partidos", dado que o MPL não é um partido político, dizem.

Em vídeo do Portal Terra, vemos o grupo denominado “Os Nacionalistas” tomarem bandeiras de partidos esquerdistas aos gritos de “oportunistas”.

Na quinta-feira (20), a onda de protestos atingiu centenas de cidade do País. Em muitas delas, atacaram o chamado “patrimônio público” – em Brasília, tentaram invadir o Palácio do Itamaraty. Não houve sucesso.

Copa das Confederações
Tudo isso ocorre no ano em que são realizados os jogos da Copa das Confederações no Brasil. Segundo informações do portal UOL, a “Fifa deu um ultimato ao governo brasileiro: ou as autoridades nacionais garantem a segurança da Copa das Confederações, dos jogadores, comitivas e membros da imprensa internacional que estão no Brasil, ou irá cancelar a realização do evento”.

O cancelamento acarretaria em rombo nos cofres públicos, tanto pelo investimento já realizado no evento, quanto pela indenização, prevista pela Lei Geral da Copa, que assinala: “A União responderá pelos danos que causar, por ação ou omissão, à FIFA, seus representantes legais, empregados ou consultores”.

A presença dos militares se coloca possível. Na mesma reportagem, vemos as declarações da Agência Brasileira de Inteligência (ABI). De acordo com o coronel Messeder, chefe de comunicação da 4ª Região do Exército Brasileiro, há 1.600 homens prontos para agir em Minas Gerais para garantir a segurança do Estado durante o evento. “Basta que o governador Antonio Anastasia solicite. Estamos prontos”, diz o capitão.

Coincidências?
A revista Veja, pela internet, publicou artigo assinado pelo jornalista Gabriel Castro, no qual afirma: “Subitamente, os quase 60% de aprovação da presidente Dilma Rousseff nas últimas pesquisas de opinião não pareceram um escudo forte o suficiente para protegê-la. Dilma viu mais de 1 milhão de pessoas aderirem aos protestos ao lado de seus assessores mais próximos

A preocupação atingiu a Presidência da República e ocorre, agora mesmo, uma reunião entre a presidente Dilma Rousseff e ministros da Casa.

Seguindo a leitura, encontramos uma estranha declaração: “Descentralizado, com bandeiras difusas e genéricas, mas grande potencial de articulação, o grupo que toma as ruas é exatamente o público-alvo da Rede, o partido que a ex-senadora Marina Silva deve formalizar nos próximos meses. Assim como Marina, esses jovens defendem um novo jeito de fazer política, mas não explicam exatamente o que isso significaria”. 

“Coincidentemente”, está marcada para às 15h desta sexta-feira (21) o encontro de Dilma com Dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Marina é protestante. O Protestantismo é um dos principais ramos juntamente com a Igreja Romana e a Igreja Ortodoxa do cristianismo. A CNBB é um organismo permanente que reúne os Bispos católicos do Brasil que, conforme o Código de Direito Canônico, “exercem conjuntamente certas funções pastorais em favor dos fiéis do seu território, a fim de promover o maior bem que a Igreja proporciona aos homens, principalmente em formas e modalidades de apostolado devidamente adaptadas às circunstâncias de tempo e lugar, de acordo com o direito” 

Complementando (pós-post):
Parece que, realmente, a intenção é a implantação de um "caos" que justifique a presença de forças políticas renovadas. Essa notícia do Partido Militar Brasileiro (PMB - em vias de ser legalizado pelo Tribunal Superior Eleitoral) demonstra o verdadeiro oportunismo nas reivindicações - midiaticamente difundido como oriundo dos partidos políticos esquerdistas.:


Joaquim Barbosa será convidado para disputa presidencial pelo Partido Militar


O nome do ministro Joaquim Barbosa, atual presidente do STF (Superior Tribunal Federal), lidera a lista de prováveis candidatos à presidência da República pelo PMB (Partido Militar Brasileiro), legenda que está em processo final de legalização junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A informação foi confirmada pelo idealizador do partido, Capitão Augusto Rosa, no início da semana. Segundo ele, Barbosa possui todos os requisitos necessários para assumir o cargo por sua competência e senso e justiça. “A postura do ministro diante de grandes escândalos, como no caso do Mensalão, por exemplo, comprova a intolerância de Barbosa quanto à corrupção. Essa postura vem ao encontro aos ideais do PMB, que está em busca de candidatos que possam resgatar a moralidade na política nacional”, enfatizou Rosa.



Um comentário: