A
abordagem midiática da manifestação contra o aumento na tarifa dos ônibus em São Paulo, ocorrida nesta quinta-feira (13) beira o ridículo. Estima-se que cerca de 10 mil pessoas estiveram no local. A polícia, de fato, baixou o cacete. Quem conhece manifestações sabe que dentre tantos indivíduos, alguns são imbecis. - há confirmações oficiais, inclusive, de agentes da polícia infiltrados, quer tipo mais imbecil que esse? Mas vamos à cobertura.
Na Record, Marcelo Rezende colocava cenas em looping fingindo ser ao vivo para dizer que o pau estava comendo. Manifestantes se ajoelhavam frente aos policiais e ele gritava extasiado:“estão desafiando a polícia!”.
Na Record, Marcelo Rezende colocava cenas em looping fingindo ser ao vivo para dizer que o pau estava comendo. Manifestantes se ajoelhavam frente aos policiais e ele gritava extasiado:“estão desafiando a polícia!”.
Datena da Bandeirantes, por sua vez, mostrava uma manifestação repleta de paz e amor. Até Gandhi foi citado
pelo “jornalista”, que repetia incessantemente: “político tem medo de
manifestação pacífica. Se não tem ‘pau’, eles não podem por a culpa em ninguém.
É um ‘show de democracia'!”, dizia efusivamente.
A
Globo News dividia a imagem apresentando, de um lado, a
manifestação, de outro o trânsito na cidade. A grande preocupação das
repórteres era comentar quantos quilômetros de carros ocupavam São Paulo no
momento. Já pensavam que teriam de desmarcar os compromissos à noite, no Terraço Itália.
Ninguém, por acaso, pensou em colocar, quem sabe, um link
em Santos, esperando o “monárquico” Alckmin sair de sua “decorosa” palestra
sobre o “louvável” José Bonifácio para dar declarações sobre a ação da polícia –
que é de responsabilidade do governo do Estado. Porque ninguém correu atrás do
Haddad? Questões, quantas questões sem resposta...
Mas é assim e pronto! Esse
jornalismo, numa guerra, colocaria uma reportagem especial sobre a empresa que
produz o pino da granada. “Uma incrível tecnologia que associa aço e fibra de
carbono!”. Mudando de canal, a guerra já teria acabado e, noutra emissora,
encontraríamos uma notícia sobre a incrível violência que os cidadãos cometem
contra as minas terrestres. "Minas sofrem com andarilhos desatentos". Aí, diria o repórter: “Estão desafiando as minas! Tem
que pisar nas coitadas? Olha por onde anda! Elas não têm culpa de estar enterradas!”.
Moral da história: para quem não participa, é melhor assistir desenho animado.
Moral da história: para quem não participa, é melhor assistir desenho animado.
A institucionalização do absurdo.
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