Imagine
a seguinte situação hipotética: a humanidade atinge grau tecnológico para
desenvolver, em nível molecular, uma réplica de nossa galáxia. Nessa “maquete”,
semeamos parâmetros de desenvolvimento humano num dado planeta – com condições
pré-definidas para tanto – com fins diagnósticos. Tal análise, no entanto, para
ter condições de exame, necessitaria que a vida instalada no citado planeta
decorresse de maneira acelerada em relação a nossa. Com isso em mãos, seria
possível delinear e identificar momentos confusos de nossa genealogia, como por
exemplo, o elo perdido que separa o homem do ancestral primata. Alguma dúvida
de que, sob condições ideais, assumiríamos a empreitada?
Num
segundo momento, aceitemos que isso tenha sido feito. Porém, não por nós, mas
por uma civilização acima da nossa. O projeto de pesquisa: a Terra. Sob esta
hipótese, o nosso chamado Deus seria não mais que um grupo de cientistas
analisando, num microscópio, a vida
no planeta. Colhendo dados
sobre o desenvolvimento da raça que, todavia, também é a deles.
Assim
como uma mosca desenvolve seu ciclo de existência em um só dia em relação a
nós, desenvolvemos o nosso em anos que, relacionados aos nossos espectadores (Deus), são, por exemplo, minutos [1]. A
percepção que temos do tempo, no entanto, tal qual a da mosca em relação a si,
não é afetada: o pressuposto da existência não é o período, mas a realização da
subjetividade da espécie. Em outras palavras, a efetivação de um ciclo de
existência é calcada na reprodução da natureza,
e a sensação que individualmente experimentamos do tempo é relacionada a essa
concretização latente em nosso subconsciente.
Por
fim, somos a fazenda de formigas de
Deus!
[1] A teoria de Einstein
de que um indivíduo viajando fora de nosso planeta sofreria os efeitos do tempo
de maneira diferenciada pode, talvez, ser aplicada a essa hipótese.
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