Segunda-feira
não é dia de escrever crônica. Segunda-feira não é, sequer, um “dia” – é antes
um período de limbo entre a beleza do
fim de semana e a aflição da matéria pela metade (e parece que o editor tem um despertador
para lembrá-lo de te lembrar que você é um bêbado irresponsável, incapaz de
cumprir um prazo sequer. Fuck Off!
A
ressaca parece, contrapartida, sob controle – algo tão incomum que o jornalista
pensa estar apenas sofrendo de um silêncio maligno de seu órgãos, que a
qualquer momento terão um colapso simultâneo e fulminante. Uma piada de mau
gosto do destino.
Mas
nada acontece!
O
Facebook está repleto de besteiras. Segunda-feira, claro, não é dia de curtir
fotinhos de cachorrinhos fofinhos fazendo fofuras em toda sua fofolência. À
MERDA COM ISSO!
O que será
que fazia o Bukowski às segundas-feiras?
O café
cheirando na copa lembra a falta de cigarros. A página está em branco e existem
duas horas de fita para transcrever. Quero minha assistente, mesmo sabendo que
esse negócio de assistente não existe.
São
duas e dez.
Onde
estava nessa hora ontem?
Ah sim,
claro! Muy bueno!
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